Conexões no Trabalho: o Segredo do Engajamento e da Felicidade nas Empresas
- Fernanda Santos

- 23 de out.
- 5 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Você já parou para pensar no impacto que um simples “bom dia” ou uma conversa descontraída no café pode ter no seu desempenho profissional? Pois é. As conexões no trabalho — muitas vezes vistas como algo “secundário” — estão se revelando um dos maiores impulsionadores de engajamento, produtividade e bem-estar dentro das organizações.
Eu me lembro de uma experiência marcante que vivi em uma empresa. Eu chegava todos os dias com energia e vontade de me conectar — dava meu “bom dia” alto, feliz, acreditando que aquele simples gesto podia contagiar o ambiente. Mas, para minha surpresa, percebi que esse entusiasmo incomodava algumas pessoas. Havia quem praticamente “rosnasse” de volta, e isso me deixava profundamente triste.
Para mim, aquele “bom dia” era uma forma de me sentir parte, de começar o dia em conexão. E quando essa troca não acontece, algo dentro da gente se apaga um pouco. Foi nesse momento que entendi, de forma muito pessoal, o quanto o ambiente de trabalho pode fortalecer — ou minar — a energia das pessoas. E é justamente sobre isso que precisamos falar: sobre como os pequenos gestos de convivência e acolhimento podem fazer (ou desfazer) o clima de uma equipe.
Segundo uma pesquisa da Gallup, profissionais que têm amigos no ambiente de trabalho são até sete vezes mais engajados. Já um levantamento da KPMG, realizado em novembro de 2024, revelou que as amizades e os vínculos positivos entre colegas estão diretamente ligados à satisfação, motivação e saúde mental.
Por outro lado, um em cada cinco profissionais no mundo se sente sozinho no ambiente corporativo. Esse dado acende um alerta importante: estamos vivendo uma crise silenciosa de desconexão, e ela impacta tanto as pessoas quanto os negócios.
A solidão corporativa e seus custos invisíveis
A solidão no trabalho não é apenas uma questão emocional — é também um desafio de produtividade e sustentabilidade organizacional.
O Brasil, por exemplo, registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais em 2024, o maior número da última década, segundo o Ministério da Previdência Social. E esse número tende a crescer. A partir de maio de 2025, as empresas passaram a ser obrigadas a mapear riscos psicossociais e adotar ações preventivas de saúde mental.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine, as perdas de produtividade relacionadas à saúde custam cerca de R$ 3 trilhões aos empregadores. Ou seja, cuidar das conexões humanas também é cuidar do negócio.

Saúde social: um novo olhar sobre o bem-estar no trabalho
Durante o SXSW 2025, um dos maiores eventos de inovação e comportamento do mundo, o tema das relações humanas no ambiente corporativo ganhou destaque. A pesquisadora Kasley Killam, autora do livro “The Art and the Science of Connection”, apresentou o conceito de saúde social, que complementa as já conhecidas dimensões física e mental.
A saúde social está diretamente ligada à qualidade das nossas relações interpessoais. No contexto corporativo, isso significa criar ambientes onde os profissionais se sintam vistos, valorizados e pertencentes. Times que cultivam essa cultura têm maior retenção, colaboração e produtividade.
Quando as pessoas se sentem integradas, cooperam mais, criam mais e erram menos — porque existe confiança. O oposto também é verdadeiro: times isolados tendem a ser menos produtivos e mais vulneráveis ao estresse e à rotatividade.

Conexão não depende do modelo de trabalho
Muitos acreditam que estar presencialmente no escritório garante vínculos mais fortes. Mas a realidade é que a conexão não acontece por proximidade física, e sim por intenção.
Equipes híbridas e remotas podem ser extremamente unidas quando há rituais e práticas consistentes de relacionamento.
Na Escola de Inspirações, vivenciamos isso em diversas consultorias e treinamentos corporativos: ambientes intencionais de troca e pertencimento — presenciais ou online — elevam a confiança e o senso de equipe. Um simples momento de check-in, uma pausa coletiva para celebrar conquistas ou uma conversa sincera sobre desafios da semana são gestos simples — mas que transformam culturas.
Como cultivar conexões verdadeiras no ambiente profissional
Criar vínculos autênticos no trabalho não exige grandes investimentos, e sim Criar vínculos autênticos no ambiente profissional não exige grandes investimentos, e sim intencionalidade.
A seguir, algumas práticas poderosas para fortalecer as relações dentro das equipes:
1. Crie rituais de convivência
Pequenos momentos de pausa e interação — como cafés compartilhados, check-ins semanais ou conversas rápidas entre tarefas — fortalecem a empatia e a confiança.
Perguntar “como você está?” com genuíno interesse é um gesto simples, mas que muda o clima da equipe.
2. Aplique a Regra 5-3-1
Apresentada por Kasley Killam, essa metodologia propõe:
5 interações sociais por semana com colegas (virtuais ou presenciais);
3 relações próximas de confiança (como mentores, colegas ou líderes);
1 hora por semana dedicada a conversas significativas sobre carreira e propósito.
Simples, prática e altamente eficaz para manter o senso de conexão vivo.
3. Fofoca pode ser algo positivo
A especialista Amy Gallo, da Harvard Business Review, apresentou uma visão interessante durante o SXSW: a fofoca pode ser usada de forma construtiva. Quando serve para reconhecer talentos, celebrar conquistas ou compartilhar boas práticas, ela fortalece vínculos e promove um ambiente mais colaborativo.
A dica é clara: fale bem das pessoas, confirme as informações e evite comentários destrutivos. A fofoca do bem cria reputação e confiança.
4. Aproveite o poder das gerações
Equipes compostas por profissionais de diferentes idades trazem uma riqueza imensa de perspectivas.
Práticas como o reverse mentoring (mentoria reversa), grupos de afinidade e treinamentos conjuntos ajudam a unir gerações, equilibrando experiência e inovação.
Jovens aprendem com a visão estratégica dos mais experientes, enquanto estes se beneficiam das novas tendências e tecnologias.

Conexões humanas são o motor do engajamento
Empresas que investem em relações autênticas e ambientes de confiança não apenas reduzem custos com saúde e rotatividade — elas impulsionam performance, inovação e felicidade no trabalho.
A Escola de Inspirações acredita que o verdadeiro diferencial competitivo nasce das conexões humanas. É a partir delas que surge o pertencimento, o propósito compartilhado e a vontade genuína de entregar resultados surpreendentes.
E é exatamente isso que desenvolvemos em formações e experiências como o Strategic Bricks Soluções Disruptivas, o O Poder Disney de Encantar e os programas de liderança e comportamento humano.
Porque, no fim das contas, empresas inspiradoras são feitas por pessoas inspiradas — e conectadas.
Quer fortalecer a cultura e o engajamento da sua equipe?
A Escola de Inspirações oferece treinamentos, consultorias e experiências vivenciais que ajudam empresas a criar ambientes mais humanos, colaborativos e felizes — onde o resultado é consequência natural da conexão. Fale com a gente e descubra como podemos ajudar!







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